Número de tornados cresce no Brasil e Sul concentra maior risco, apontam especialistas.
- 10/11/2025
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Pesquisadores reforçam necessidade de alertas antecipados e normas estruturais que reduzam danos em áreas vulneráveis.
O número de tornados registrados no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Especialistas afirmam que a região Sul do país reúne condições atmosféricas favoráveis à formação de tempestades severas e alertam para um maior investimento em previsão e monitoramento.
"O tornado, ele é uma coluna giratória, que desce da base de uma nuvem de tempestade, e ele vai durar tipicamente 10, 15 minutos, mas com altíssimo poder destrutivo", explica Ernani Lima, especialista em tornados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
"Outbreak" no Paraná e em Santa Catarina
Esse foi o fenômeno registrado várias vezes na última sexta-feira (7), em municípios do interior do Paraná e de Santa Catarina.
Segundo o especialista, a primavera é um período comum para que isso aconteça:
"Nossa área é talvez o segundo maior corredor de tornados do mundo em termos de extensão pelo menos. Então, sim, é comum que isso aconteça aqui e é comum que seja nessa época do ano. Nós estamos na primavera, que é uma situação onde a umidade e o ar quente está aumentando, mas nós ainda retemos os ventos intensos que são típicos do inverno".
Pela classificação preliminar da escala Fujita, o tornado mais forte registrado no episódio foi estimado como 3, em uma escala que vai até 5.
Por que o Sul é mais afetado?
A região Sul reúne uma combinação específica de massas de ar quente e úmida vinda da Amazônia e ar frio e seco vindo da Argentina, o que favorece tempestades rotativas.
"Nós temos uma combinação de fatores. A cerca de 1.500 metros de altura, a gente tem esse transporte de umidade, desde a Amazônia até o sul do Brasil, isso recebe o nome também de rios atmosféricos. É como se nós tivéssemos um empoçamento de umidade", explica Ernani Lima.
Outras cidades do Brasil também estão dentro de uma região de ocorrência de tornados, que podem atingir intensidade altamente destrutiva.
Segundo Ernani Lima, o eixo que vai do sul do Mato Grosso do Sul, parte do estado de São Paulo, até o meio oeste do Paraná, e o oeste Santa Catarina e Rio Grande Sul é a faixa mais propensa à formação de tornados no país.
Planejar para proteger
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, fica o laboratório mais avançado do país em estudos sobre o efeito do vento em edificações. Pesquisadores submetem maquetes de várias cidades a testes feitos em túneis de vento.
A tecnologia usada já produziu laudos para mais de 500 prédios, pontes e estádios dentro e fora do Brasil. Com base nos resultados, os pesquisadores sugerem mudanças nas estruturas para que elas se tornem mais resistentes. Um dos projetos analisados aqui foi o da Ponte Estaiada, na capital paulista.
As normas técnicas preveem como cada tipo de construção deve ser feita para suportar determinadas velocidades. Na região sul do Brasil, 180 quilômetros por hora para edificações em geral, e até 200 km por hora para prédios como hospitais, por exemplo.
Com o crescimento dos tornados, há uma cobrança de especialistas para investimento em previsão e monitoramento meteorológico específicos para tempestades severas.
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Fonte e Imagem: Fantástico
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